RISW 2011 trio acervo HPE

Conceito e design de impacto

Com o tempo, correções sugeridas por diversos velejadores foram implementadas no HPE, de forma que o barco número 2 colheu muitos elogios e atraiu cada vez mais gente legal para conferir sua performance.

A classe teve um desempenho ótimo: nos primeiros dois anos, já contava 11 barcos velejando. Muita gente que despertou para o negócio nem conhecia muito bem barco a vela. Alguns proprietários compraram e montavam equipe com gente que velejava bem, porque o barco permite isso: não precisa de uma tripulação de super velejadores.

 A ideia do barco simples vingou. “É um barco supermoderno, demorou para o pessoal no Brasil entender sua modernidade, já que às vezes criticavam que derrapa antes da largada. Sim, realmente. Ele é um barco tão moderno quanto um TP52, ou seja, um barco que tem pouquíssima quilha e que você precisa administrar sempre a velocidade para conseguir boas manobras, e precisa entender que essas são as características que o barco possui para ter velocidade. Também houve uma evolução durante a vida dele de aumentar o balão, que melhorou muito a sensação, o prazer, a velocidade e facilitou o domínio do barco”, avalia Eduardo.

Foto: Aline Bassi

O HPE25 amadureceu, recebeu acertos e evoluiu

 “No terceiro ano, já andava mais rápido que barcos maiores. Luiz Rosenfeld foi responsável por fazer barcos idênticos, prontos para navegar. E sempre encontrou uma forma de manter a qualidade, embora tivesse que manter o custo baixo e, como era infusão, não dava para ser tão barato. Ele foi fundamental pelos barcos terem alta qualidade e serem fortes e resistentes”, afirma Cacau.

Felipe concorda: “o barco tem uma característica que poucos barcos têm: não quebra, é muito resistente, muito forte, durável. Além disso, para ter um desempenho mais igualitário, são limitadas as possibilidades de mexer no barco, e isso diminui também seu custo operacional”.

Primeiro gurupés: Arquivo HPE

O gurupés deu mais velocidade ao HPE25

Além de impulsionar a classe no Rio, Roberto contribuiu tecnicamente para o desenvolvimento do barco ao implementar o bow sprit ou gurupés, elemento que havia sido limado do projeto original para contenção de custos e que a partir de 2012 multiplicou o coe ciente de prazer do HPE. O gurupés deu mais velocidade ao barco que, com o balão assimétrico, passou a provocar emoções ainda mais fortes.

O trabalho coeso de uma equipe capacitada e motivada firmou o espírito da classe em regras claras e muito estudadas, depois de extenso trabalho investigativo, enquanto Augusto Falletti fez a constituição da Associação da Classe HPE, em 2004.

Um ano depois, o HPE25 estreava oficialmente na Semana de Vela de Ilhabela. Quem viu o barco, se impressionou, e quem teve o privilégio de estar a bordo, vibrou. O Pânico, de Tutinha, venceu, seguido pelo Vento, de Felipe Furquim, Regatta, de Cacau, Phoenix Jr. e Repeco.

O HPE25 deixou a Semana de Vela de Ilhabela como um dos mais interessantes barcos de alta performance lançados no Brasil nos últimos tempos.

Aventura holywoodiana

Com 11 barcos ativos, os amigos queriam dar firmeza para a classe e reunir todos os velejadores, daí a criação do 1º Campeonato Brasileiro de HPE25, de 12 a 15 de novembro de 2005, em Angra dos Reis

Com a boa justificativa que um campeonato em Angra dos Reis, com a proposta dos velejadores e suas famílias ficarem próximos e bem acomodados, e que tinha tudo a ver com o espírito do barco, Roberto Martins convenceu Cacau Peters.

“Na verdade, a ideia era juntar as pessoas, e as regatas eram parte desse programa“, conta Roberto.

“Fomos ousados em escolher Angra. Pensamos fora da caixa, já que fazer em Ilhabela seria chover no molhado. Era uma experiência diferente em um lugar diferente, e chamaria a atenção dos cariocas”, diz Cacau.

A ideia de fazer o campeonato no litoral do Rio era boa. Afinal, Angra dos Reis é um lugar lindo e fora da rota padrão da vela. Mas, convenhamos, um pouco distante de Ilhabela, onde ficava a maior flotilha da classe.

“Confesso que fiquei preocupado porque não havia muitos barcos em Angra, poucas são as carretas rodoviárias, ninguém gosta muito de fazer reboque, havia o custo do frete, mas fomos convencidos porque Angra tem um nome mágico, pela beleza, pelo charme. E o Roberto fez toda uma ideia de que o campeonato teria muitos eventos sociais, seria muito legal. E não era em Angra, era no Abrahão, em Angra. O Abrahão é uma pequena vila, uma coisa mais exótica e mais aventureira ainda”, acrescenta Souza Ramos.

Reuniões semanais foram necessárias para a organização do evento. Afinal, eram muitas questões a decidir, a começar de como levar os barcos, onde deixá-los, onde acomodar as pessoas, toda a infraestrutura. Mesmo assim, Cacau improvisava bastante. Ele sentia o ambiente e mudava os planos.

Apoio total da Marina Verolme

Para incluir uma pitada de arte no evento, Cacau encomendou as ilustrações do cartaz, da camiseta e do prêmio ao artista Paulo de Lira, de Angra. E não perdeu a oportunidade de glamorizar a coisa ao convidar a modelo e apresentadora Ana Hickman para escolher, entre várias opções, a arte que virou a logomarca da competição. Em agradecimento, deu a Ana Hickmann o título de madrinha do campeonato.

Foi dele também a iniciativa de levar seis barcos navegando de Ilhabela até Angra, num raid, uma aventura compartilhada com muita solidariedade e bom humor. “Botes infláveis e um veleiro grande acompanharam, dando apoio. Quando parava o vento, a gente rebocava. Foi uma epopeia. Saímos de Ilhabela, dormimos em Picinguaba e chegamos na Ilha Grande no dia seguinte. Foi divertido”, lembra Furquim.

Roberto já estava em Angra esperando a trupe chegar. “A logística foi difícil. Pedi ajuda ao Lobato, da Marina Verolme, e deu tudo certo”, ele conta.

A chegada na Marina Verolme, em Angra, foi um pouco tumultuada porque todos os barcos – os que foram pelo mar e os que foram por terra de São Paulo e Rio de Janeiro – chegaram mais ou menos ao mesmo tempo. Mas contaram com toda estrutura e apoio da Verolme, que liberou até mesmo o guindaste para colocar os barcos na água.

Na próxima edição continuamos com a quarta parte

2 Comentários

    • Obrigado Aloisio! Personalidades como você e tantos outros que nos apoiam, quando expressam opiniões garantem credibilidade ao site, porque são baseadas em conhecimentos adquiridos ao longo de uma trajetória de sucesso no meio e mercado.

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