O potencial Hidrográfico da região conta com a maior superfície de água do País
O potencial hidrográfico da Região, que, surpreendentemente, conta com a maior superfície de água do País, foi enfatizado, na tarde desta quinta-feira, pelo presidente da DTA Engenharia, João Acácio Gomes de Oliveira Neto, durante evento realizado na Associação Comercial, Industrial e de Serviços (ACI) de Novo Hamburgo.
Em formato híbrido, o encontro teve como tema “Como desenvolver o Rio Grande”. O destaque ficou para o Porto de Arroio do Sal, cujo projeto de engenharia e licenciamentos ambientais estão sendo feitos pela DTA. A previsão é de que o complexo receba o seu primeiro navio entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024.
“O Rio Grande do Sul já foi o estado das hidrovias. Saíamos de Porto Alegre e podíamos ir de barco até Torres. Hoje está tudo assoreado e entupido e isso merece uma reflexão para que possamos transformar o modal rodoviário, que ainda representa 88% da movimentação de cargas, em transporte hidroviário, ainda mais num estado com esse potencial. Ele conta com as três maiores bacias hidrográficas, do Rio Uruguai, do Guaíba e da região do litoral”, destacou Oliveira Neto.
15 milhões de toneladas perdidas por ano
Atualmente, o Rio Grande do Sul dispõe de apenas um porto, o de Rio Grande, enquanto Santa Catarina conta com seis: Laguna, Imbituba, Navegantes, Itajaí, São Francisco do Sul e Itapoá. “São 15 milhões de toneladas perdidas por ano, isso sem contar as empresas que estão indo embora, pois a logística hoje é muito cara. Um caminhão com motor de 300 cavalos é capaz de levar um contêiner, ao mesmo tempo em que uma barcaça carrega 100 contêineres. São 100 vezes menos poluentes. Além disso, hidrovia não tem desmatamento, não mata gente na estrada etc.”, destacou o presidente da DTA.
Porto de Arroio do Sal
O Porto de Arroio do Sal terá investimentos de R$ 6 bilhões, sendo R$ 1,3 bilhão em infraestrutura. O complexo terá capacidade de movimentação de 53 milhões de toneladas por ano, incluindo contêineres, graneis sólidos e líquidos, fertilizantes e um berço para navios de cruzeiros, possibilitando incremento no turismo regional.
“Do total de capacidade, 30% já está com contrato assinado. Uma das empresas que fará parte do projeto é a Braskem”. A importância da hidrovia da Lagoa Mirim, cujos estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental foram desenvolvidos pela DTA também foi abordado na reunião. “Passamos da época em que os investimentos no setor portuário eram prerrogativa do poder público, hoje podemos falar em investimento privado e, assim, garantir desenvolvimento econômico para o País”.