Mercado náutico aposta nas grandes embarcações para temporada

Um verão de bonito de ver no Brasil. De acordo com as tendências do mercado náutico brasileiro – que inclusive mostramos nessa entrevista – a comercialização de super iates no país está consolidada e é o que tem ajudado a manter a roda girando durante a retração. De outro lado os seminovos ganharam força pelo grande poder de negociação que permite. O resultado disso? Estaleiros de grandes barcos investindo em luxo e estaleiros de lanchas menores em promoções para atender o consumidor.

Conversamos com Mário Sergenti, diretor da VIP Boat, que há mais de 30 anos comercializa embarcações novas e seminovas para entender um pouco mais do que vamos ver neste verão.

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Um mercado que não se abalou

Segundo análise do especialista, os barcos novos, que ainda possuem muitos equipamentos importados ou com precificação baseada no Euro ou no dólar, sofrem com a pouca flexibilidade de negociação. Por esse motivo percebemos os estaleiros de luxo investido nos iates maiores de 50 pés, que já têm um público que não se abala tanto com a retração econômica que o país vem tentando superar.

“Todo barco novo tem cerca de 60% do custo em itens importados ou com o dólar como referência. Motores e eletrônicos, por exemplo, são importados; a fibra de vidro e a resina têm o dólar como referencia. Tudo isso interfere no custo do produto, e ai a negociação fica limitada. Então o novo tem sofrido um pouco mais na retração, pois tem seus valores e custos atualizados, principalmente em uma época de desvalorização do real frente ao dólar e o euro”, comenta Sergenti.

Colocando em números, são os iates novos acima da faixa dos 4 milhões que ainda encontram melhor espaço no mercado atual. A força está nos barcos em torno de 60 pés com flybridge.

Os menores se fortalecem nos usados

Apesar de os novos abaixo de 50 pés estarem sofrendo nessa fase, os seminovos dessa faixa estão indo muito melhor. Mário credita essa força à flexibilidade e facilidade de negociação.

“O barco seminovo já é um barco com valor mais acessível. O proprietário consegue negociar, parcelar, e fazer permuta com outros barcos, imóveis e automóveis. Isso tem ajudado a aquecer esse mercado. Tudo isso faz com o que o fabricante busque soluções de descontos e financiamentos. Para atender essa outra faixa de consumidores que não deixam de querer evoluir ou mudar de barco”.

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De uma forma ou outra se percebe um reaquecimento do meio náutico, seja pela reinvenção dos grandes estaleiros ou pela flexibilidade de negociação dos estaleiros de barcos de pequeno e médio porte. E a palavra da vez é a adequação para seguir em frente.

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