Após tradicional regata Alcatrazes, competição volta com provas de barla-sota
O segundo dia de regatas oficiais da 48ª edição da Semana Internacional de Vela de Ilhabela foi marcado por ventos fracos e muito calor no litoral norte paulista. A organização conseguiu fazer apenas uma regata para todas as classes nesta terça-feira (27) na Ponta das Canas, parte norte de Ilhabela (SP). Os ventos não passaram de 10 nós, com algumas rajadas mais fortes na direção Leste.
Os barcos foram para a água desde o início da tarde e esperaram quase três horas para a montagem do percurso entre bóias, que na vela é chamado de barla-sota. Devido às condições meteorológicas, a regata teve apenas quatro pernas. A maior foi a da ORC, com quase 8 milhas de percurso.
O vento fraco no início favoreceu os veleiros menores, como Bravo, vencedor da única prova do dia. O líder da classificação geral da classe ORC é o Xamã ao lado do +Bravissimo. A categoria conta com 18 veleiros e teve início no domingo (25) com a Alcatrazes por Boreste Marinha do Brasil, regata de percurso que abre o calendário do evento.
‘‘Andamos muito bem e estamos felizes pelo resultado! Como a regata foi de vento fraco, conseguimos aproveitar bem. O Bravo é o menor barco da ORC e isso favorece. Largamos bem, também”, explicou Jorge Berdasco, comandante do Bravo, um Skipper 30.
O +Bravíssimo, equipe de Vitória (ES) ficou em segundo lugar no tempo corrigido, seguido pelo Phytoervas 4Z, em terceiro. A competição em Ilhabela (SP) conta com 81 barcos de oito classes. Além da ORC, o evento tem RGS, Bico de Proa, Clássicos, Mini Transat, Multicascos, C30 e HPE25. As regatas vão até o sábado (31).
Organização testou novamente todos os participantes em Ilhabela
O nome Bravo parece ter dado sorte aos homônimos inscritos na Semana Internacional de Vela de Ilhabela. Na RGS A, o Bravo de Mathias Eli foi o melhor do dia. Na versão B, o BL3 Urca está na frente. Já nas divisões C e CT os ganhadores foram Aloha e Brazuca.
Na Bico de Proa, o BL3 Mangalo venceu na divisão A. Na versões B e C, os líderes foram H2Orça e Super Bakanna, respectivamente. O melhor do dia na Clássicos, que conta com veleiros anteriores à década de 70, foi o Kameha Meha, seguido pelo Atrevida.
”Acho que a Semana de Vela de Ilhabela está sendo ótima para reunir novamente os Clássicos, vários barcos sendo reformados, a flotilha voltou com força nos próximos eventos. O Atrevida é um barco muito diferente dos outros concorrentes, é necessário muito preparo e treino da tripulação”, contou Atila Bohn, integrante do veleiro Atrevida, o mais antigo da vela oceânica brasileira.
Na Mini, o Jacaré foi o vencedor da barla-sota do dia, e, na Multicasco, quem levou foi o Maré XX.
A disputa da classe C30 novamente foi acirrada em Ilhabela, repetindo a dose da Toque-Toque por Boreste na estreia da competição. Mas desta vez quem levou foi o Caballo Loco. “O Portobello largou muito bem e pulou na frente. Ficamos sempre próximos dele, até que conseguimos ultrapassar no final do segundo contravento. Demos o bordo atrás deles, mas conseguimos montar a boia na frente, içar a vela balão e sustentar a dianteira até a linha de chegada, graças à nossa tripulação, que é muito bem entrosada”, explicou Mauro Dottori.
A organização da Semana Internacional de Vela de Ilhabela testou novamente os velejadores participantes das regatas. Em parceria com a Prefeitura de Ilhabela, os participantes passaram pela avaliação de PC-R nas dependências do Yacht Club de Ilhabela (YCI).
Tragam jaqueta de tempo para Ilhabela
Nesta quarta-feira (28), as regatas devem ser realizadas com ventos fortes em virtude da entrada da frente fria que chegou no litoral norte paulista após dias de calor fora de época. A temperatura em Ilhabela (SP) deve cair mais de 15 graus em menos de 24h.
A sensação térmica para os velejadores na água pode ser ainda mais fria com a chuva prevista para o início das regatas.
“O vento forte está previsto para chegar na tarde de terça-feira. Por isso, orientamos os velejadores por meio de avisos em aplicativos de mensagem para fazer uma amarração correta dos barcos. Os veleiros que ficam na marina devem ficar bem distantes do píer e com bastante defensa”, explicou Cuca Sodré, gerente das regatas.
As regatas desta quarta-feira marcam o retorno à competição da classe HPE 25, que teve um day off nesta terça-feira. Os barcos de 25 pés de design único correram no domingo (25) a Renato Frankenthal, prova de 10 milhas náuticas.
A categoria, que conta com 10 veleiros, teve vitória do Conquest-Ecom de Marco Hidalgo. Na sequência aparecem Mussulo 25 e Ginga, que tenta mais um título da Semana de Vela de Ilhabela. As tripulações estão cada vez mais treinadas para levar o título da competição mais importante do calendário da vela oceânica.
”Estamos ansiosos com essa regata de vento forte, principalmente para a classe HPE. Poder retomar as regatas depois de dois anos é muito legal e estamos prontos para todas as condições”.
”Tivemos um treino muito bom na Renato Frankenthal e agora chegam as regatas de barla-sota. O HPE é um barco simples de velejar, onde as manobras fazem a diferença”, explicou Fábio Bodra, do Jolly Roger.