As viagens ao continente coberto de neve atraem cada vez mais estrangeiros para o Brasil.

Embarcar em um veleiro para uma aventura pelos mares rumo à Antártida, a maior reserva de água doce na Terra. Viver a experiência de desbravar o continente gelado. Conhecer de perto as principais espécies que compõe a fauna marinha como as colônias de pinguins, as aves e as baleias. O mercado de expedições turísticas é uma oportunidade de negócios cada vez mais comum na América do Sul e tem como ponto de apoio o Brasil, na Marina Itajaí, litoral norte de Santa Catarina.

Créditos: Podorange

Atualmente, são pelo menos três veleiros oceânicos atracados no complexo náutico catarinense, a Marina Itajaí. Eles oferecem o serviço de expedições e cruzeiros nas regiões do Sul. Entre eles, o veleiro de fabricação inglesa Podorange, do capitão  francês Brice Monégier du Sorbier que escolheu o Brasil, SC, pela segunda vez para guardar seu veleiro por cerca de 5 meses e fazer as manutenções antes de sua viagem rumo ao Ushuaia, a Terra do Fogo, para expedições na Antártida.

“Sempre dedico 3 ou 4 meses para a manutenção do veleiro antes de fazer as expedições. Aqui no Brasil fiz a parte eletrônica e a remoção das divisórias impermeáveis. Mas, além da infraestrutura necessária e equipamentos, nós encontramos um ambiente tranquilo e amigável que favorece a cultura náutica. Isso porque a náutica é um estilo de vida em que as pessoas prezam pela sustentabilidade, compartilham informações e são capazes de aprender todas as técnicas de manutenção para enfrentar qualquer desafio no mar”, diz o capitão francês Brice Monégier du Sorbier do veleiro de expedições Podorange.

Expedição em veleiro à Antártida. Créditos: Podorange

Ainda de acordo com a a gerente comercial da Marina Itajaí, Natasha Secchi, a cidade está consolidada como ponto de apoio, manutenção, descanso e lazer dos navegadores. Isso por sua localização, infraestrutura e atendimento e também pelas características da cidade, considerada um polo náutico e pesqueiro do país.

A experiência de viajar em veleiro rumo à Antártida

O veleiro de aço Podorange é um barco de corrida construído na Inglaterra em 1996. Ele já participou do renomado Global Challenge 96/97, uma corrida de volta ao mundo. Mas há 10 anos, sob o comando do velejador francês Brice Monégier du Sorbier, oferece expedições e cruzeiros à Antártida.

“Para embarcar em uma expedição para Antártida não é preciso ser um entusiasta, pois o que descobriremos é ascinante. Basta cultivar a curiosidade, a simpatia, o respeito e a partilha. Isso porque mesmo em um veleiro grande como o Podorange há um pequeno espaço de convivência. Por isso, minha filosofia para uma experiência excepcional é de que todos participem da vida a bordo. Isso inclui os turnos noturnos, se houver, participando de manobras. Um barco não é um hotel flutuante, é uma comunidade onde todos devem estar envolvidos para que a estadia ocorra para melhor”, diz o velejador francês.

O Podorange possui cabines, dois banheiros, ampla cozinha com mesa para refeições e posto de comando. É capaz de tratar a água para o consumo da tripulação e oferece banhos quentes todos os dias.

Uma embarcação limpa e ecológica, que atende aos padrões da Associação Internacional de Operadores Antárticos (IAATO). Tem capacidade para receber até 12 pessoas, sendo que 4 são da tripulação.

“Estive no continente gelado e é algo surpreendente. A beleza selvagem das regiões do Sul, os magníficos icebergs, a riqueza ainda preservada e o espírito de viagem são um verdadeiro privilégio. Amo a navegação, o contato com a natureza e aspectos ambientais envolvidos como o fato de produzirmos a nossa energia e a água para beber”, diz a turista alemã Rita Kluge, 47, que embarcou em uma viagem fotográfica à Antártica em fevereiro de 2018.

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