O refúgio das sereias. Conheça o paraíso da ilha de Bonaire
Bonaire é considerada a capital mundial do mergulho de praia. Suas águas calmas e transparentes atraem mergulhadores de todos os níveis e nacionalidades. São naufrágios, paredes coloridas e jardins com uma enorme diversidade de espécies.
Além de tudo isso que já é sabido da maioria dos mergulhadores, a ilha ainda esconde segredos, pontos de mergulho do seu lado leste, com águas mais agitadas, mergulhos em drift, tartarugas, tarpões e cardumes de raias xitas, cavernas e até sereias. Este ano, novamente, à convite do TCB (Tourism Corporation Bonaire), fomos recepcionados pela equipe do Divi Flamingo Beach Resort & Casino, que nos deu todo o suporte.
Falar sobre as belezas e vantagens de se mergulhar em Bonaire é quase redundante, já que a ilha é considerada um paraíso entre os mergulhadores do mundo todo, localizada na parte sul do Caribe, sob a administração do governo holandês e próxima da Venezuela, onde encontramos um mar extremamente calmo, com águas claras e quentes, propiciando excelentes mergulhos para todos os níveis. A ilha faz parte do ABC do Caribe, sendo a segunda maior ilha na região. Aruba, Curaçao e Bonaire.
Toda a costa que contorna a ilha foi declarada oficialmente um Parque Marinho, e os mergulhos são ilimitados, podendo-se entrar na água a qualquer hora do dia ou da noite. Na ilha, mergulha-se 24h, bastando pegar os cilindros, parar o carro em uma das dezenas de praias e entrar na água.
Ao longo de todo o ano a temperatura média da água gira em torno dos 27°C e a visibilidade entre 20m e 30m. Com 60 dos 86 pontos de mergulho oficiais localizados junto à ilha, os locais são facilmente acessíveis pelos mergulhadores saindo pelas praias, o que fez a ilha de Bonaire ser reconhecida como um dos principais destinos de mergulho de praia do mundo.
Quase 100% dos mergulhos são realizados saindo da área costeira (praia), pois não há ondas e correntezas na parte interna da ilha. Os pontos de mergulho são identificados através de pequenas pedras amarelas com o nome do local escrito na cor preta. Basta pegar o mapa, parar o carro e ir mergulhar. É muito comum, também, encontrar mergulhadores com idade avançada, devido às facilidades em se praticar o mergulho nesses locais.
Vários hotéis, como o Divi Flamingo, também contam com a opção de mergulhos embarcados, para quem não quer dirigir e prefere a comodidade de sair do pier do hotel. Esta então é a melhor opção, com saídas matutinas e vespertinas, pode-se visitar a maioria dos pontos de mergulho mais cobiçados, além de Klein Bonaire, uma ilhota que contempla um maravilhoso recife de corais bem em frente à ilha principal.
Como são os mergulhos:
Encontra-se muita vida marinha, água quente, calma e extremamente clara. Durante os mergulhos nos mais de 60 pontos existentes e devidamente identificados nos mapas, o mergulhador poderá avistar desde pequenos seres (um verdadeiro paraíso para a fotografia macro) até tartarugas, tarpões e arraias xita. O fundo de Bonaire é o que chamamos de multicolorido, face a diversidade de cores dos corais, seres e peixes que habitam o local. É como mergulhar em um grande aquário marinho, esquecendo a hora, o stress e a loucura do nosso dia a dia.
Ensaio Especial: a sereia
Fazia um bom tempo que eu e a Carol Schrappe planejávamos fazer umas fotos de sereia, e finalmente nessa viagem vimos a oportunidade de fazer esse ensaio. A Carol, minha modelo e dupla, que além de instrutora de mergulho, dona de dive center, recordista internacional de mergulho livre, nas horas vagas faz um bico de modelo submarina, dessa vez até acabou se fantasiando de sereia, com um rabo de sereia feito de uma antiga nadadeira monofin de apneia.
No primeiro dia de teste do traje de sereia, a alça da nadadeira monofin se rompeu, nos deixando literalmente com o “rabo na mão”. Muita calma e criativa, a Carol conseguiu adaptar o tecido à sua nadadeira de competição, que levou junto, e com o famoso jeitinho brasuca, a cauda da sereia saiu da prancha de rabiscos e finalmente tomou forma nos primeiros “shoots”.
Depois de outros contratempos, como flash estragado e mar cheio, fomos ao nosso local de ensaio: o mastro do Hilma HooKer, naufragado em 1984 e hoje repousado a 30 metros de profundidade. Com meu equipo devidamente preso e ajustado, e ela pronta, me dei conta que uma enorme plateia submarina se formava ao nosso redor: a galera que estava mergulhando no Hilma simplesmente parou atrás de mim e passaram a assistir ao nosso circo, um tanto quanto céticos e pasmos, mas ainda sim estáticos e boquiabertos.
Ajustes e planejamentos adequados e nossa tão esperada foto saiu, com concha e tudo, com direito à comemoração e tempo de sobra para retornarmos e ainda fazer mais umas fotos perto da praia.
Texto e Fotos: Kadu Pinheiro
Modelo: Carolina Schrappe