Os 25 anos de profissão de Fernando de Almeida

Fernando de Almeida

Com 25 anos de bagagem, o yacht designer Fernando de Almeida tem muita história para contar. Ele iniciou a carreira em 1989, na Itália, com um plano em mente, e cumpriu o que tinha prometido a si mesmo: virar um projetista de barcos. Quando adolescente, já tinha a meta e então foi só traçar o caminho para chegar lá.

“Cursei engenharia mecânica, mas considerei também engenharia naval e desenho industrial. Naquela época, o mercado nessa área, no Brasil, era muito pequeno. Então poucos anos depois de me formar, concluí que para entrar nessa área era necessário atuar no mercado europeu ou americano”. Foi então que Almeida saiu do Brasil. Com uma mochila nas costas seu plano era de velejar pelo mundo para então se estabelecer na Europa e atuar na área tão sonhada. “Foi exatamente o que fiz. Velejei por uns quatro meses entre Caribe e Mediterrâneo e comecei a trabalhar no escritório Yankee Delta, em Monza, na Itália”, resume o engenheiro.

De lá para cá Fernando coleciona passagens bem-sucedidas pela Europa e Estados Unidos. “Antes de abrir o escritório, passei dez anos na Europa e Estados Unidos. Lá trabalhei com a Nauta Yachts, Bertram Yachts e Wally Yachts”. Já com seu próprio escritório, em 2003, na cidade de São Paulo, teve como parceiros o estaleiro sul-africano Southern Wind, além de Riostar, Spirit Ferretti, Intermarine, Proboat, Inace, Carbrasmar e Recon. Isso sem contar os clientes finais.

FASCÍNIO PELO QUE FAZ

Intermarine 53, conheça o trabalho do designer Fernando de Almeida

Assim que conquistou um espaço no meio náutico, Fernando de Almeida conta que não poderia mais sair. “Considero a arquitetura de interiores nos barcos particularmente fascinante e desafiadora. Os espaços são reduzidos e a geometria do casco e superestrutura são muito complexos. Além disso, é um espaço que se move e que você habita”, afirma.

Com seu escritório, atualmente, Fernando oferece um trabalho bem abrangente, muitas vezes partindo de uma folha em branco. “A nossa atuação vai da concepção geral do barco até o detalhamento do interior. Em algumas situações fazemos apenas a arquitetura de interiores. Em outras fazemos a concepção do barco e o design externo para então trabalhar com engenheiros navais e outros arquitetos de interiores”, conta.

Para ele, além de fascinante, o trabalho é ainda desafiador. “O mercado evoluiu muito nos últimos anos e o nível de exigência do consumidor é muito alto hoje em dia”. Ele conta ainda que prefere pegar projetos em que desenha tudo. “É uma atividade para quem realmente gosta de criar, projetar. Projetamos camas, criados-mudos, banheiros, escadas, cozinhas, sofás, etc., e tudo isso precisa ter uma unidade”.

ESSENCIAL É LIMPO E LEVE

Intermarine 53

Com o know-how de quem está no mercado há mais de duas décadas, Fernando afirma que para ele o “bom desenho” é limpo, leve e essencial. “E isso não estava presente nos barcos há alguns anos. Esse foi um dos motivos principais para eu ter procurado a Wally no final dos anos 90. Eles fizeram uma revolução a nível mundial com seus veleiros que tinham um desenho com essas características”, relembra.

A dica do yacht designer é não se esquecer da funcionalidade: “Um barco é antes de tudo um barco!”. Para chegar a uma fórmula ideal, ele conta que busca inspiração nas mais diferentes fontes, como a arquitetura, o desenho de automóveis, o desenho de produto em geral. “A essencialidade dos barcos clássicos e dos barcos de serviço certamente são uma fonte de inspiração para mim”, complementa ele, que ainda cita o mercado europeu como uma grande referência.

Ao final, o que faz de cada projeto o melhor, segundo ele, é a satisfação do cliente. E claro, do projetista também. //


 

Fernando de Almeida Yacht Designer

www.facebook.com/FAYachtDesign/info

 

Por Amanda Kasecker

Fotos: divulgação Intermarine 53

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