Boulevard Marina Itajaí será o maior shopping náutico do país
Dezembro, 2025 — À medida que o consumo das famílias brasileiras no varejo caminha para R$ 532,1 bilhões em 2025, alta de 11,3% em relação ao ano anterior, segundo projeção do estudo IPC Maps, formatos ancorados em experiência e lazer ganham espaço na disputa pelo tempo, e pelo bolso, do consumidor. Em Itajaí, no litoral norte de Santa Catarina, essa tendência assume uma forma pouco convencional: um shopping integrado a uma marina, com vista direta para os píeres e circulação compartilhada entre moradores, turistas e proprietários de embarcações.

O Boulevard Marina Itajaí, com inauguração prevista para o verão de 2026/2027, será o maior shopping náutico do país. Com investimento inicial de R$ 100 milhões, o projeto soma 38 mil m² de área construída e 78 operações comerciais, entre supermercado premium, academia, restaurantes, cafés, espaços de serviços, coworking e eventos. A diferença em relação a um centro de compras tradicional está na localização: o empreendimento está sendo construído no complexo da Marina Itajaí, hoje uma das principais estruturas privadas do polo náutico catarinense.
“Quando pensamos no Boulevard, a ideia não foi simplesmente colocar um shopping ao lado da marina, mas costurar um mesmo percurso entre quem navega, trabalha e vive na cidade. Em poucos metros, o morador que sai do escritório, o turista que caminha pela Beira-Rio e o proprietário que acabou de atracar passam a circular pelo mesmo eixo de serviços, gastronomia e lazer”, afirma Carlos Gayoso de Oliveira, diretor da Marina Itajaí.

O movimento dialoga com uma mudança mais ampla na economia do litoral brasileiro. Um estudo coordenado por pesquisadores da USP mostra que a chamada economia azul, considerando os efeitos diretos e indiretos das cadeias ligadas ao mar, responde por 6,39% do PIB brasileiro e 4,45% do emprego. Em Santa Catarina, esse protagonismo aparece de forma ainda mais nítida: o estado concentra cerca de 65% da produção nacional de embarcações de lazer e lidera as exportações do setor, com forte presença de estaleiros e fornecedores especializados.
Por conta disso, a decisão de aproximar varejo e marina vai além de um efeito estético de “shopping com vista para barcos”. A Marina Itajaí já opera como hub de eventos, serviços e turismo náutico e se beneficia de um perfil de visitante com maior poder de consumo. Levantamentos do Ministério do Turismo e de estudos sobre o setor apontam que o turista náutico pode gastar de duas a até cinco vezes mais do que o viajante convencional e movimenta uma cadeia que inclui marinas, abastecimento, manutenção, hospedagem, alimentação, comércio e serviços especializados.


