Thiago Camarão ganhou a decisão brasileira do QS 1500 com Krystian Kymerson e a equatoriana derrotou a peruana Melanie Giunta na final da inédita etapa feminina do QS 1000 na Argentina.

O paulista Thiago Camarão e a equatoriana Dominic Barona foram os campeões do Rip Curl Pro Argentina em Mar del Plata e largaram na frente na corrida pelos títulos sul-americanos de 2017 da WSL South America. Thiago ganhou a decisão verde-amarela do QS 1500 com o capixaba Krystian Kymerson, mantendo a hegemonia de títulos brasileiros nos cinco anos da história da etapa argentina do WSL Qualifying Series. E Dominic derrotou a peruana Melanie Giunta na final da inédita etapa feminina do QS 1000, encerrada nas direitas do icônico e lendário pico El Yacht da Playa Grande, no Domingo de Páscoa em Mar del Plata.

“Estou me sentindo realizado agora, pois não imaginava que chegaria na final”, disse Thiago Camarão. “O campeonato acabou mudando aqui para essas direitas incríveis e acho que foi a melhor opção, porque deu boas ondas nesses dois últimos dias. Esse campeonato vai ficar na memória de muitos, na minha com certeza, e espero voltar aqui para Mar del Plata ano que vem. O Krystian (Kymerson) estava surfando muito bem, para mim era o melhor de todo o torneio, então procurei ficar calmo e não extrapolar muito nas manobras, porque ele poderia mudar toda a situação a qualquer momento. Estou muito feliz e agora vamos festejar”.

Ninguém atacou as direitas de Le Yacht como Thiago Camarão no último dia. Ele venceu as duas baterias que disputou no domingo por “combination”, que no surfe é como vencer de goleada no futebol, com mais de dez pontos de vantagem sobre o adversário, ou seja, precisando de uma combinação de duas ondas para ultrapassa-lo. Fazendo grandes arcos para preencher todo o espaço das ondas e usando muita força nas batidas e rasgadas, Camarão ganhou notas 9,00, 8,50 e 7,50 na vitória por 17,00 a 11,35 pontos sobre o costa-ricense Anthony Fillingim nas semifinais que abriram o domingo decisivo do Rip Curl Pro Argentina.

GRANDE FINAL – Na decisão do título, também começou bem com nota 7,50 e teve paciência para aguardar outra onda boa e praticamente garantir a vitória com o 8,50 recebido na última que surfou na bateria. Krystian Kymerson não conseguiu acompanhar o forte ritmo de Thiago Camarão e perdeu por uma larga vantagem de 16,00 a 9,35 pontos. O campeão faturou o prêmio máximo de 10.000 dólares, marcou 1.500 pontos no ranking mundial do WSL Qualifying Series e 1.000 no da WSL South America, que define o título sul-americano. O vice-campeão ganhou 5.000 dólares, 1.125 pontos no QS e 750 no sul-americano.

“Só tenho que agradecer a minha família e a Deus principalmente, porque acredito que sem Ele na vida das pessoas, ninguém consegue chegar a lugar nenhum”, foram as primeiras palavras do campeão Thiago Camarão no pódio. “Agradeço também a todos que vêm me ajudando, tanto na parte psicológica como na parte física, aos meus patrocinadores que vêm acreditando no meu trabalho e em especial a minha mãe, que está sempre me aturando em casa, sempre tentando me motivar, então eu dedico essa vitória a ela”.

O capixaba Krystian Kymerson realmente vinha sendo o grande destaque do Rip Curl Pro Argentina, principalmente depois que o evento mudou das esquerdas de Biologia para as direitas de Le Yacht. No sábado, ele foi batendo recordes a cada bateria, até atingir 17,85 pontos de 20 possíveis somando uma nota 9,60 quando se classificou para as quartas de final. No domingo, ganhou a semifinal brasileira com o carioca Jeronimo Vargas, mas não conseguiu repetir suas ótimas atuações na decisão do título com Thiago Camarão.

“Estou muito feliz por ter feito essa final com o Thiago (Camarão), que é meu grande amigo”, disse Krystian Kymerson. “Eu nem ia vir para esse campeonato aqui na Argentina. Meus amigos, minha família, todo mundo, me incentivaram, mas nem esperava esse resultado. Então só tenho que agradecer a Deus, pois se não fosse Ele eu não estaria aqui. Obrigado também a minha família, meus amigos e o estado do Espírito Santo inteiro que está comigo. O mar estava muito bom essa semana toda aqui e quero agradecer também ao Dudu, um cara que está me ajudando, me treinando. Agora volto ao Brasil e logo vou para Portugal disputar um QS 3000, para tentar buscar outro bom resultado lá. Obrigado a todos”.

PRIMEIRA CAMPEÃ – No inédito QS 1000 feminino do Rip Curl Pro Argentina, a equatoriana Dominic Barona também esteve imbatível no último dia. Ela ganhou a maior nota do domingo no primeiro confronto do dia, contra a argentina Lucia Cosoleto nas semifinais. E o 9,5 da sua última onda foi decisivo para vencer essa bateria por 16,75 a 14,90 pontos. Já na grande final, não deu qualquer chance para Melanie Giunta, praticamente liquidando a peruana com as notas 6,50 e 8,65 das primeiras ondas que surfou. A vitória foi por 15,15 a 9,65 pontos e valeu um prêmio de 1.500 dólares, além de 1.000 pontos nos rankings do WSL Qualifying Series e no sul-americano da WSL South America.

“Estou muito feliz pela vitória, pois sai do Equador com esse objetivo”, disse Dominic Barona, que já tem um título de campeã sul-americana profissional da WSL South America conquistado em 2011 e agora larga na frente na busca pelo bicampeonato. “Eu me diverti muito aqui em Mar del Plata. Pegamos altas ondas e foi uma honra surfar com todas as meninas aqui. Todas surfaram muito bem e eu gostaria de agradecer todo mundo que me apoiou para chegar aqui. Estou muito contente por vencer o evento e espero obter outros bons resultados nos próximos”.

Melanie Giunta recebeu 750 dólares de prêmio pelo vice-campeonato e 750 pontos no ranking mundial do QS e no sul-americano da WSL South America. Ela começou o dia ganhando o duelo peruano com uma das favoritas ao título do Rip Curl Pro Argentina, Anali Gomez, que já foi campeã sul-americana duas vezes, em 2010 e 2013. Anali dividiu o terceiro lugar com a única representante da Argentina no domingo decisivo em Mar del Plata, Lucia Cosoleto. Ambas receberam 350 dólares e marcaram 560 pontos nos dois rankings.

“Estou muito feliz pelo terceiro lugar também”, disse Lucia Cosoleto, vice-campeã sul-americana Pro Junior da WSL South America no ano passado. “Esse foi o meu melhor resultado no QS e lógico que eu gostaria de ter passado a bateria com a Dominic (Barona), mas cometi um erro de prioridade (de escolha da próxima onda) no final. É assim mesmo que a gente aprende e na próxima estarei melhor preparada. Espero continuar evoluindo e conseguindo outros bons resultados nos eventos que vou participar esse ano”.

SOBRE A WORLD SURF LEAGUE – A World Surf League (WSL), antes denominada Association of Surfing Professionals (ASP), tem como objetivo celebrar o melhor surf do mundo nas melhores ondas do mundo, através das melhores plataformas de audiência. A Liga Mundial de Surf, com sede em Santa Mônica, na Califórnia, atua em todo o globo terrestre, com escritórios regionais na Austrália, África, América do Norte, América do Sul, Havaí, Europa e Japão.

A WSL vem realizando os melhores campeonatos do mundo desde 1976, que definem os campeões mundiais masculino e feminino no Championship Tour, além do Big Wave Tour, Qualifying Series e das categorias Junior e Longboard, bem como o WSL Big Wave Awards. A Liga tem especial atenção para a rica herança do esporte, promovendo a progressão, inovação e desempenho nos mais altos níveis.

Fotos: Maximiliano Marinucci


 

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