O MAPFRE, barco espanhol com o brasileiro André ‘Bochecha’ Fonseca, lidera provisoriamente a segunda etapa da Volvo Ocean Race, entre a África do Sul e os Emirados Árabes Unidos.
Numa briga direta com o Abu Dhabi, a equipe ibérica não pode vacilar, pois além dos árabes, outros quatro barcos estão próximos, com menos de 20 quilômetros de distância.
A situação deve mudar nas próximas horas no Oceano Índico, com a previsão de ventos superiores a 110 km/h e ondas de até sete metros. Um verdadeira tempestade tropical. Aí entra um dilema para os atletas: fugir da tormenta e navegar mais ou enfrentar as condições perigosas de cara? Para o comandante do MAPFRE, todo cuidado é pouco.
“Temos de ter muita atenção, pois pode ocorrer alguma quebra com muito vento”, falou Íker Martinez, comandante do MAPFRE.
Os holandeses do Team Brunel também estão em alerta para as tempestades dos próximos dias. “O que mais preocupa nessa tempestade tropical não é o vento, mas o estado do mar. Podemos pegar ventos de popa com ondas na cara”, disse Bouwe Bekking, comandante do Team Brunel, terceiro colocado após a última atualização de placar.
Nesse momento, os sete barcos estão agrupados, com a alternância de liderança entre MAPFRE e Abu Dhabi. A pergunta que fica é se a tormenta poderá se transformar em um ciclone. “Se for uma tempestade tropical, a variação de vento será de 30 a 50 nós. Mas tudo pode ficar 40% mais forte. Os barcos podem suportar essas condições, mas não sabemos se os tripulantes vão aguentar”, disse o meteorologista Gonzalo Infante.
A flotilha ainda tem mais de 3.500 milhas náuticas pela frente antes de chegar em Abu Dhabi, em meados de dezembro. Os barcos deixaram a Cidade do Cabo na última quarta-feira (19).