46ª edição da prova foi dominada pelos veleiros C30, com Zeus e Corta Vento completando os três primeiros a cruzar a linha de chegada
Durante a semana muito se falou que as chances de quebra de recorde na 46ª Regata Volta à Ilha dependeriam das condições de vento. E foi justamente o que ocorreu, mas de forma contrária. Em uma das edições mais equilibradas e técnicas da competição, o Katana foi o Fita Azul da prova, completando o percurso em 13h50m23s, quase seis horas acima da melhor marca já feita na competição, em condições de vento muita adversas. As disputas foram definidas por uma pequena margem de diferença entre os três primeiros, com domínio dos barcos da Classe C30. Além do campeão, o Zeus, vice, e Corta Vento, 3º, dominaram as disputas pelo título.
Comandando por Fábio Filippon, o Katana foi o primeiro a cruzar a linha de chegada. “A disputa foi fantástica. Os outros dois barcos C30 estão de parabéns. Foram muitas trocas de posição e essa regata foi particular, pois tivemos todos os tipos de vento. Não sei quanto tempo faz que um veleiro de 30 pés não é Fita Azul dessa regata, que é a mais importante do nosso calendário”, comemorou.
A largada ocorreu às 10h com vento nordeste de baixa intensidade. Os veleiros seguiram direção à Barra da Caeira com mudança nas condições para vento Sul de média intensidade. Quando todos acharam que a regata seria tranquila, novamente o vento parou. “Depois da Barra Sul nós achamos que daria até para abrir o balão e que seria tranquilo e rápido, mas não deu. Chegou lá e o vento acabou, voltou nordeste fraco e se estendeu assim até as 16h, 17h, quando começou a trovoada. O vento entrou forte de novo só nos Ingleses”, explicou Fábio.
XIV Regata Ilha do Largo – Ilha de Ratones
Paralela as disputas da Volta à Ilha, ocorreu a Regata Ilha do Largo – Ilha de Ratones com percurso mais curto para embarcações de menor porte. O Força 12, do comandante Arno Juk, foi o Fita Azul após 5h35m de prova.
“Essa foi a primeira vez que fiz a regata de dentro, sempre fazíamos a Volta à Ilha. Gostei bastante, foi uma regata tranquila e rápida, acho que valeu muito a pena”, disse Arno Juk. “Tivemos bastante mudança de vento e era preciso estar atento o tempo todo para as mudanças, mas no nosso caso foi relativamente tranquila”, completou.
Ao ser questionado sobre as dificuldades dos veleiros na Volta à Ilha, Arno Juk foi enfático: “A regata de fora vai ser jogo duro e a previsão é para entrar um sul forte a noite. A chegada vai ser difícil e trabalhosa, depois de todo mundo cansado. Eles terão que enfrentar um vento duro”. E foi exatamente o que aconteceu.
Katana, Zeus e Corta Vento definem o título no último contravento:
O comandante Arno Juk acertou nas previsões e, após passarem por grandes dificuldades até chegar ao Norte, os veleiros da Regata Volta à Ilha foram mais uma vez desafiados. A intensidade apertou e a prova passou a ser definida nos detalhes. “O C30 tem potencial grande para planar, é um barco que anda rápido com vento em popa e conseguimos abrir distância dos barcos maiores que vinham atrás”, explica Filippon. A partir deste momento a prova começou a ficar ainda mais emocionante, com trocas constantes na liderança.
Foram cinco ou seis mudanças na ponta, até que no último contravento o Katana saiu de 3º para 1º e não deixou mais escapar a ponta. “Nós temos uma tripulação fantástica. Durante toda a regata foram muitas trocas na liderança, com os três barcos se alternando. No final conseguimos ultrapassá-los e marcar a vitória”, finaliza Fábio Filippon, que contou com Rodrigo Lins (Proeiro), André Chang (Trimmer), Fábio Ramos (Timoneiro), Sergio Araújo (Tático), João Machado (Mastro) e Christie Alcântara (2º Trimmer) em sua tripulação.
Segundo colocado na competição, o Zeus terminou apenas 40 segundos à frente do Corta Vento, mostrando o equilíbrio desta edição da Volta à Ilha. “Essa foi uma das regatas mais difíceis que fizemos nos últimos dez anos. Todas as alternâncias de liderança e condições adversas, tornaram a regata muito cansativa, porém muito disputada entre os veleiros C3O. É claro que gostaríamos de ganhar, mas não conseguimos fazer mais no contravento e eles velejaram melhor”, disse Inácio Vandressen, comandante do Zeus.
Nas demais classes, o Melody 5 foi o grande vencedor na ORC Geral; na RGS A o Plancton passou em primeiro, enquanto que na RGS B deu Vendaval V. Na RGS Cruzeiro o Quinval completou na frente e na Visitante melhor para o Bolero 1.
Já na Regata Ilha do Largo – Ilha de Ratones, o Tintiun venceu na RGS C. Na Proa Rasa quem se deu melhor foi o Terra Firme e na Solitário o grande campeão foi o Terral.
Campeões da 46ª Regata Volta à Ilha:
C30 – Katana – Fita Azul
ORC Geral – Melody 5
RGS A – Plancton
RGS B – Vendaval V
RGS Cruzeiro – Quinval
Visitante – Bolero 1
Campeões da Regata Ilha do Largo – Ilha de Ratones:
Força Livre – Fita Azul
RGS C – Tintuin
Proa Rasa – Terra Firme
Solitário – Terral
A 46ª Regata Volta à Ilha e a XIV Regata Ilha do Largo – Ilha de Ratones definiram os campeões da Copa Veleiros de Oceano.
Campeões da Copa Veleiros de Oceano:
ORC Geral – Melody 5
C30 – Zeus Team
RGS A – Garrotilho
RGS B – Nemo
RGS C – Cecris V
RGS Cruzeiro – Carino
Proa Rasa – Maskote
Solitário – Terral
Fotos: Gabriel Heusi