Um barco pra chamar de seu
A classe se consolidou e fidelizou quem já tinha o barco, além de atrair novos e importantes velejadores. Celso Quintella, por exemplo, assistiu ao campeonato do conforto de sua lancha, em Angra, gostou tanto que comprou um HPE25 para chamar de seu.
Augusto Falletti, que participou do primeiro campeonato e ainda hoje é atuante na classe, embora agora mais devagar por conta de uma filha temporã, mas melhor ainda porque divide o barco com o filho, é fã absoluto do HPE:“Concentra todos os melhores e maiores predicados que o ser humano pode experimentar: amizade, solidariedade, cumplicidade. É uma classe muito divertida, composta de gente bacana”, resume.
Para ele, o campeonato de Angra teve um clima muito especial – um lugar lindo, com vento, mar limpo, ondas –,“mas todos os campeonatos de HPE são sempre disputa- dos, sempre divertidos. Em Búzios foi um campeonato espetacular, e no Rio, com 28 barcos, foi demais”. Ele aproveita para fazer uma sugestão: “Nunca tivemos um campeonato em Santos. Eu gostaria de participar de um torneio lá, com a estrutura do Iate Clube de Santos”.
Segundo Cacau Peters, “o fundamental para o sucesso daquele primeiro campeonato foram as pessoas, e o momento de vida em que elas estavam. A energia. E isso não se repete. Mas o espírito da classe continua. E o espírito da classe é um grupo que tem a preocupação em ser gentleman dentro e fora da água, já que depois da regata sentam juntos para uma cerveja na varanda”.
Gentleman’s boat
E é por isso que costuma-se dizer que tão importante quanto os barcos HPE, são seus proprietários. Sempre foi assim. “Como a produção era limitada, a gente escolhia para quem vender, numa busca para agregar gente legal. Quando eu convidei aquela turma que comprou os primeiros barcos, amigos de longa data, foi a base da classe – e continua sendo. Até hoje, é este espírito de camaradagem que caracteriza a HPE”, afirma Furquim.
Não podia ser diferente. Afinal, trata-se de uma classe de gentleman’s boat. “É uma classe muito legal, de gentleman’s boat em todos os sentidos. Uma classe com foco em diversão na raia. One design. Um barco que não permite fazer escora, é todo mundo com a perna para dentro. Não dá para tirar vantagem do equipamento. A classe HPE junta pessoas legais de forma que outras pessoas legais querem fazer parte”, traduz Cacau.
Regatta Iate Clube
O charmosíssimo Regatta Iate Clube, em Ilhabela, flagship store da rede Regatta, que reunia píer, bar, lounge, loja e restaurante, foi o maior impulso da classe HPE. Entre 2003 e 2008, era o ponto de encontro de velejadores e funcionava como a sede da classe – um lugar bacanérrimo que exaltava ainda mais o espírito HPE.
À frente do marketing da Regatta, Cacau Peters usava a estrutura da loja, a conivência dos sócios e muita criatividade para promover a classe. Organizou o Troféu Zegna de HPE, em Ilhabela, com direito a barco, regatas e clínicas.
Em 2011, como bom brasileiro, o HPE25 foi o barco escolhido para as competições da 5ª edição dos Jogos Mundiais Militares, que utilizaram 30 barcos adquiridos pela Marinha, levando ao crescimento da classe no Rio de Janeiro. Mas essa história rende um artigo inteiro e será lembrada em 2021, ao completar 10 anos.
E o HPE25, quem diria, foi parar até na 63ª edição da regata Santos-Rio. Dois barcos, comandados por Luiz Rosenfeld e Marcelo Bellotti, enfrentaram 220 milhas náuticas (354 km) de uma travessia oceânica que se estendeu por 38 horas, sem direito a qualquer tipo de abrigo. Prova de valentia, tanto do barco quanto das tripulações.
Campeões Brasileiros da Classe HPE25
2005 – Angra dos Reis – Pânico (Tutinha Carvalho – SP) / 2006 – Rio de Janeiro – Phoenix Jr. (Johny King – RJ) / 2007 – Ilhabela – Tigre (Marcos Adler – RJ) / 2008 – Búzios – Bond Girl (Rique Wanderley – SP) / 2009 – Ilhabela – Tigre (Marcos Adler – RJ) / 2010 – Angra dos Reis – Max – (Bruno Prada – SP) / 2011 – Ilhabela – Ginga (Breno Chvaicer – Ilhabela) / 2012 – Rio de Janeiro – Atik (Henrique Hadad – RJ) / 2013 – Ilhabela – Ginga (Breno Chvaicer – Ilhabela) / 2014 – Rio de Janeiro – Relaxa (Haroldo Solberg – RJ) / 2015 – Ilhabela – Magoo (Augusto Falletti – SP) / 2016 – Rio de Janeiro – Rio Sail Tech (Victor Demaizon Jr – RJ) / 2017 – Ilhabela – Phoenix (Eduardo de Souza Ramos – SP) / 2018 – Rio de Janeiro – Ginga (Breno Chvaicer – Ilhabela) / 2019 – Guarapiranga – Takra (Eduardo Almeida – SP)
Classe firme e forte
Quinze anos depois do Primeiro Campeonato Brasileiro, a classe monotipo segue firme e forte, fortalecendo sua história e promovendo não só o esporte da Vela, mas, sobretudo, a reunião de talentos e amigos.
Com 62 barcos, a flotilha HPE é motivo de orgulho, mas que ainda tem muito potencial para conquistar territórios. “Introduzir a classe em Brasília e Florianópolis seria incrível”, afirma Furquim.
Se depender do atual presidente da classe, Cássio Ashauer, que tem a missão de mantê-la forte e unida, a HPE vai continuar crescendo, garimpando amigos gentlemen e ladies também! – país adentro. Ele já retomou a produção de barcos no estaleiro do Marco Landi, está buscando maior integração com a vela jovem e quer reforçar a presença da classe nas redes sociais para estender os laços que nos unem também no universo virtual.
A missão é nobre: manter a classe brasileira no topo da vela nacional, e disseminar esse espírito de camaradagem aonde chegar para fazer valer o legado de tantas pessoas bacanas que doaram esforço, tempo e alegria para que a gente possa se divertir a bordo de um HPE!
Simples e eficiente, homogêneo e veloz
Produzido em série, este rápido e divertido monotipo tem layout de deck simples e eficiente, aliado à praticidade do enrolador de buja. A quilha retrátil facilita muito a operação de colocar e tirar o barco da água, e permite que seja rebocado sem grandes transtornos.
O projeto e construção do veleiro garantem um casco leve e extremamente resistente a torções e deformações. Todos os materiais necessários para a construção do HPE são colocados no molde a seco e, em seguida, pressionados para que a resina seja transferida para a cavidade da fôrma. O resultado é um laminado com baixa quantidade de resina e, conseqüentemente, um barco mais homogêneo e veloz.
Ficha técnica
Comprimento – L.O.A: 7,67m / ComprimentoL.W.L: 7,10m / Boca: 2,60mBmax / Calado 1,70m / Peso total:1,25ton / Área vélica: 32,53m2 / Spias simétrico: 68,28m / Mastro:Alumínio / Casco: Kevlar®. E-Glass®/ EspumadePVC / Tripulação: 2 a 5 / 4 em regata
Agradecemos a todos que, de alguma forma, fizeram parte dessa grande rede de amigos, seja velejadores, colaboradores e patrocinadores, que apoiaram a classe ao longo dos anos, colaborando para enriquecer sua história.
Conheça mais:
www.classehpe.com.br