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Com experiência de 14 anos de mercado, a designer de barcos Simone Gavioli aponta o que prioriza nos projetos de seus clientes

Simone Gavioli designer de interiores
Simone Gavioli designer de interiores

Quando se fala que um barco é como se fosse a sua segunda ou terceira casa, não há exagero algum. Há 14 anos no mercado de decoração de embarcações, a designer Simone Gavioli sabe bem disso. De vendedora de barcos, essa arquiteta de formação passou a designer de interiores desses “xodós”, justamente porque percebeu a necessidade dos compradores em terem uma assessoria no assunto.

Em seu currículo ela tem passagem por importantes estaleiros como Intermarine, no departamento comercial, e Ferretti, até formar sua própria empresa que atua lado a lado com estaleiros nacionais e internacionais, sendo a Azimut um dos seus principais parceiros.

“Já trabalhei em projetos de barcos com tamanhos de 29 a 120 pés, fabricados no Brasil e Itália e hoje posso dizer com segurança que tenho os melhores produtos à disposição do cliente brasileiro, um trabalho consolidado ao longo dos anos de pesquisa e desenvolvimento que me deixa bastante orgulhosa com o resultado e a satisfação atingida pelo meu cliente a cada trabalho entregue”, explica Simone.

E, para chegar à satisfação garantida, o principal segredo da yacht designer é priorizar o que é essencial para o uso do barco, o famoso “menos é mais”. “Procuro não usar móveis com espelhos, cantos pontiagudos e sugerir somente aquilo que é essencial para o uso do barco, devido ao espaço reduzido”, conta Simone. Além disso, ela aposta em especificar tecidos que tenham grande durabilidade para evitar a substituição prematura de materiais que gera um custo elevado ao cliente.

A inovação também é um dos principais fatores que o yacht designer deve ter em mente, além de ser também uma grande motivação para o dia a dia. “Tenho um produto seriado, porém um cliente exclusivo. O cliente tem que sentir que o seu barco é diferente, personalizado, mesmo se tiver ao seu lado uma embarcação igualzinha. Para isso faço um briefing, com o qual procuro saber como será o uso da embarcação, estilo de vida e principalmente o tamanho da família. Costumo dizer que o barco é uma casa flutuante. Muitas vezes custa mais caro que a própria casa de praia”, conta ela.

Azimut 78
Azimut 78

Como o estilo varia ao gosto do cliente, Simone conta que faz parte de seu trabalho adequar a vontade do cliente ao seu projeto e ainda harmonizar todos os elementos. “Uma vez, me deparei com uma situação inusitada. Uma cliente pediu um barco todo onçado, zebrado e tigrado! Então, defini cada cabine com um bicho, busquei uma decoração remetendo a temas africanos e por mais estranho que possa parecer, o barco ficou lindo e único!”, relembra.

A inspiração vai além das estações do ano e momentos. A yacht designer conta que busca como referência a moda e a tecnologia dos materiais, sempre tendo o cuidado de especificar produtos que sejam resistentes à umidade, à maresia, ao sol e ao calor. No quesito móveis, ela não deixa de lado os cantos arredondados e mobiliários confortáveis e versáteis.

“Meus clientes são pessoas bem-sucedidas, que viajam muito e conhecem o que há de moderno, mas precisam de orientação para o sucesso de um projeto tão específico. O barco é a consolidação da conquista daquela família, e o designer tem que refletir isso”, finaliza.

As fotos selecionadas para essa editoria são de uma 78 pés da Azimut totalmente fabricada e montada na Itália por Simone. As arandelas são de Murano, o carpete é todo de seda e lã, os tecidos decorativos foram comprados em Londres e toda a roupa de cama em algodão egípcio 1000 fios. Os copos são de cristal lapidados à mão e devidamente acomodados em berço para não quebrar na navegação. Essa embarcação é atualmente do jogador Neymar do Barcelona.

 

Por Amanda Kasecker

Fotos por Marcos Yamin.

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