Organizadores e adversários ressaltam respeito por Robert Scheidt, bicampeão olímpico brasileiro, que encara o desafio de competir em uma nova classe do iatismo.
Após dois meses de preparação na Itália, Robert Scheidt está pronto para mais um desafio na nova fase da carreira. O bicampeão olímpico estreia hoje (21), em Kiel, na Alemanha, na Kieler Woche, a mais tradicional semana de vela do mundo. O iatista brasileiro começa a disputa da classe 49er, na qual forma dupla com o proeiro Gabriel Borges.
Scheidt e Borges treinaram por dois meses no Lago di Garda, onde Robert mora com a família. “Estamos bem animados, trabalhamos muito para refinar cada vez mais as manobras, que é o principal na 49er, que é um barco que requer muita habilidade e por isso é muito importante passar o maior tempo possível na água. E foi o que fizemos aqui na Itália”, explica o bicampeão olímpico, que é patrocinado pelo Banco do Brasil e Rolex, com os apoios do COB e CBVela.
Respeito – Mesmo ciente do estágio inicial na nova classe, Robert, que tem quatro títulos da Kieler Woche (3 na laser e 1 na star), recebe tratamento de estrela junto a organização e adversários na Semana de Vela de Kiel. No site oficial do evento ( www.kieler-woche.de ), o atleta e suas cinco medalhas olímpicas são constantemente citados. Entre os demais velejadores não é diferente.
“Scheidt é uma lenda. O fato de que alguém com seu histórico e sua idade se atreve a entrar nesta classe é fantástico. Veremos, como ele vai se sair, porque é muito importante estar em boa forma. Mas ele é um competidor incrivelmente duro e sabemos o quanto ele trabalha. Se alguém pode conseguir, é ele”, afirma Justus Schmidt, vice-campeão europeu de 49er, em 2015.
Entre a novíssima geração do iatismo, a coragem e determinação de Robert também chama a atenção. Que o digam os alemães Tim Fischer e Fabian Graf, vice-campeões mundiais júnior no ano passado.
“Nós vimos Scheidt pela primeira vez no 49er em Palma de Mallorca. Ele é uma lenda como Ben Ainslie (tetracampeão olímpico britânico). O seu profissionalismo é, obviamente, notável. Um velejador bem sucedido como ele, com certeza, se adaptará ao 49er depois de um certo tempo. Nosso respeito por ele é enorme, mas, na Espanha, conseguimos estar na frente dele”, diz Fischer, citando o Troféu Princesa Sofia, competição na qual o bicampeão olímpico terminou em 11º lugar, enquanto ele terminou em sétimo.
Maior atleta olímpico brasileiro
Cinco medalhas:
Ouro : Atlanta/96 e Atenas/2004 (ambas na classe Laser)
Prata : Sidney/2000 (Laser) e Pequim/2008 (Star)
Bronze : Londres/2012 (Star)
176 títulos – 86 internacionais e 90 nacionais, incluindo a Semana Internacional do Rio, o Campeonato Brasileiro de Laser e a etapa de Miami da Copa do Mundo, todos em 2016
Laser
– Onze títulos mundiais – 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013
*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt
– Três medalhas olímpicas – ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000
Star
– Três títulos mundiais – 2007, 2011 e 2012*
*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe
– Duas medalhas olímpicas – prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012
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