Hoje em dia, qual o construtor que não quer um barco mais rápido com menos motorização?
A história do cálculo da velocidade dos cascos a motor, ou normalmente chamados de
cascos planantes, iniciou em 1930. Quando a Marinha Americana estava muito
preocupada em projetar os cascos dos aviões hidroplanos. De modo que eles pudessem
voar com um mínimo arraste aerodinâmico. Mas também que pudessem pousar e decolar.
Seria um transporte metade barco e metade avião.
Estes aero-barcos eram a solução para pouso em locais onde as pistas eram restritas ou
mesmo para emergências. Como boa parte da fuselagem do avião era de um casco de
barco, mas, ainda assim, deveria voar bem, deveria ser considerado a estabilidade estática.
Resistência hidrodinâmica. Arraste aerodinâmico. Instabilidade dinâmica. Impacto das
ondas nas asas e as acelerações durante o impacto do o casco com o mar. A necessidade
era projetar um barco que voasse. Muitos destes aviões enormes navegavam a 100 mph
em qualquer mar. Deveriam poder pousar e decolar com o balanço do mar.

O desenvolvimento ao longo dos anos
Quem saiu na frente foram os alemães. Mas em seguida, o departamento de defesa
americano, no início da Segunda Guerra Mundial, construiu um tanque de provas. Para
testes e velocidades de decolagem calculadas com precisão. Inicialmente o padrão não
contribuía muito com as informações que a NACA (National Advisory Committee on
Aeronautics) precisava. Foi Daniel Savitsky, engenheiro que trabalhava no projeto de
aviões anfíbios na guerra, que desenvolveu uma série de superfícies planas prismáticas.
Que simulavam o casco de um barco planante de hoje em dia.
O sistema de Savitsky consegue prever o trim provável de navegação do casco no pouso e
na decolagem. E também várias instabilidades dinâmicas. Os dois maiores problemas são o caturro em altas velocidades. Que pode tornar a navegação perigosa, e a navegação sobre um dos chines do casco.
A teoria dos cascos planantes também consegue prever cascos com planos transversais
diferentes das prismáticas testadas. É possível avaliar hoje em dia a adição de chines.
Estabilizadores de popa. Mudanças de inclinação do fundo perto do espelho de popa. Para
modificar o ângulo de planeio do casco, e mesmo os degraus que hoje são muito comuns
em barcos de alta velocidade e boca estreita.
Em 1964 Savitsky conseguiu gerar as equações para o cálculo do empuxo. Arraste. E a
localização do centro de pressão em cascos para várias velocidades. Mesmo que outras
tecnologias mais modernas tenham aparecido. Tornando o pouso na água desnecessário.
Durante alguns anos esta teoria foi usada com bastante eficiência para os aviões anfíbios, e
hoje existem até softwares para isto.
Confira também “Canal Construtor: 2 dicas valiosas para aumentar sua produtividade”, AQUI !!